segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Preço de se ir com Deus até o fim - Parte 1.


Uma das melhores maneiras de se perder amigos e ser rejeitado é andar sempre com Deus. Leve a sério as questões espirituais – abandone todos seus ídolos, volte-se para o Senhor de todo o coração e seja possuído por Ele; tire os olhos das coisas deste mundo – e de repente você virou um “religioso fanático”. E estará a caminho da pior rejeição da sua vida.
Quando você era morno, quando parecia ser piedoso, mas sem poder – quando você não era excessivamente pecador, nem inteiramente santo – você não constituía problema para ninguém, nem mesmo para o diabo. As coisas eram tranqüilas; você era aceito. Era apenas um dos muitos crentes de coração dividido.
Mas você mudou. Ficou com fome de Deus. Convenceu-se dos seus pecados e de que não podia mais continuar brincando de igreja. Arrependeu-se e voltou-se para o Senhor de todo coração. Desfez-se dos ídolos. Mergulhou na palavra de Deus. Entrou em um novo reino de discernimento e começou a perceber coisas na igreja, que antes não o aborreciam. Agora você ouve do púlpito coisas que lhe partem o coração. Vê outros cristãos contemporizando, exatamente como antes você fazia. É por isto que isso lhe machuca tanto. Você foi despertado, deu meia-volta, foi quebrantado e feito contrito no espírito. E agora Deus o faz sentir-se responsável pela igreja.
Mas em vez de seus amigos regozijarem-se ou lhe entenderem, eles pensam que você está ficando maluco! Você é ridicularizado, zombado e chamado de fanático.
Moisés foi maravilhosamente tocado pelas mãos de Deus e despertado com respeito à escravidão de seu povo. “Veio-lhe a idéia de visitar seus irmãos...” Moisés ficou tão entusiasmado pela grande promessa de libertação que recebera, que correu para partilhá-la com seus irmãos. “Ora, Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele; eles, porém, não compreenderam” (At 7.23,25). Moisés era o homem mais manso da terra, ele se consumia com Deus. Mas não era mais santo do que você; ele se movia em Deus, profeticamente. Ele queria que seus irmãos ouvissem e vissem o que Deus estava prestes a fazer. Mas ao invés disso, eles o rejeitaram, dizendo: “Quem o fez soberano e juiz sobre nós?” “Quem você pensa que é?” Um dia eles viriam a entender – mas não agora.
Anos atrás, quando o Espírito Santo me despertou, quando comecei a atender o seu chamado para uma vida de santidade, e levei a sério realmente, o caminhar na verdade de Deus, e sua palavra tornou-se vida para mim, e quando comecei a ver coisas que nunca havia visto antes, desejei partilhá-las com todo mundo. Telefonava para pastores e dividia com eles o que Deus estava dizendo. Com muitos que vinham ao meu escritório, eu chorava, pegava a Bíblia e ressaltava as gloriosas verdades da entrega completa e da pureza de coração. Eu acreditava que eles veriam as mesmas coisas também. Pensava que amariam a palavra e se ajoelhariam comigo para orar, pedindo um novo toque de Deus. Em vez disso, a maioria apenas me olhava de relance. E diziam coisas, tais como: “Você está seguro de que não está indo um pouco longe demais?” Ou “Isso me parece exagerado.” E quanto mais eu buscava a Deus, menos os encontrava. Era como água fria jogada numa fervura. Eles não queriam ouvir.
Se isto vem acontecendo com você desde o momento em que Deus o despertou, você não está sozinho. Quero lhe mostrar e advertir com base na palavra de Deus, o que esperar se você tomou a decisão de andar sempre com Deus. Pode esperar três reações: Você será (1) rejeitado; (2) expulso; (3) apedrejado.

Você Será Rejeitado.

Jesus avisou: “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia” (Jo 15.19). Mostre-me um crente que se tornou amante e praticante da verdade, e eu lhe mostrarei alguém que será rejeitado e perseguido por toda uma igreja morna. Desista deste mundo, e o mundo desistirá de você. Jesus tinha muitos seguidores, até que a palavra que ele pregava foi considerada muito dura – exigente demais. A multidão, amante de milagres, ao ouvir Suas reivindicações, abandonou-O, dizendo: “Esta palavra é muito dura! Quem pode recebê-la?” Jesus voltou-se para os doze e perguntou-lhes: “Querem vocês também me abandonar?” ou: “Minha palavra é dura para vocês também?” Pedro respondeu-Lhe, “Para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna.” Não, Pedro e o restante dos discípulos não iriam embora porque a palavra que as pessoas diziam que era dura demais, exigente demais, era a palavra que eles amavam – produziria neles valores eternos.
Queriam ficar com a verdade, não importava o preço. Esta é a questão que todo o cristão tem de enfrentar nestes últimos dias: você vai se desviar da verdade que o condena, e que aponta seu pecado? Da verdade que remove, corrige e faz com que seus ídolos voem pelos ares? Da verdade que o chama para afastar seus olhos das coisas deste mundo, de si mesmo e do materialismo? Ou você se desviará para a pregação que faz cócegas no ouvido, a branda e suave pregação de que “tudo vai bem”? Será que você permitirá que o Espírito Santo o sonde? Que o exponha?
A verdade liberta. Liberta da pregação morna, liberta de pastores mortos, liberta da tradição morta, liberta de doutrinas demoníacas. Liberta de congregações que rejeitam a verdade porque ela é, conforme dizem, por demais “sem amor”. Os que amam e praticam a verdade desejam aproximar-se da luz, ter exposta cada ação secreta. Jesus disse: “Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras. Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus” (Jo 3.20-21). A verdade autêntica sempre traz à luz tudo o que é oculto. Quando Jesus começou a espalhar luz sobre os pecados ocultos dos judeus religiosos, estes procuraram matá-lo. Jesus disse: “Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não está em vós” (Jo 8.37). “Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus” (Jo 8.47).
A palavra de Deus diz: “...então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça” (2 Tess 2.8-12)
Existem, hoje, multidões de cristãos que não amam a verdade. Deus diz que é por causa do pecado secreto – “deleitaram-se com a injustiça.” Estes amantes da transgressão estão terrivelmente enganados. Como os judeus dos dias de Jesus, estão convencidos de que enxergam. Acreditam que são filhos de Deus, e rejeitam ferozmente toda palavra que exponha seus mais íntimos segredos e luxúrias. Existe algo, diferente da verdade, que possui seus corações. Eles não estão abraçando a verdade como uma pérola de grande valor. Pelo contrário, afagam algum prazer oculto, algum ídolo, algum pecado de estimação.
Anote isto. Os que rejeitam você, os que o abandonam por causa da verdade, têm um forte motivo para fazê-lo. Eles o vêem como uma ameaça a algo muito precioso para eles. A vida separada que você vive é uma censura às concessões e ao desinteresse deles. Paulo escreveu a Timóteo: “Estás ciente de que todos os da Ásia me abandonaram” (2 Tm 1.15). Paulo deu tudo de si a estas pessoas, ensinando-lhes todos os mandamentos de Deus. Ele não tinha culpa diante deles; era santo, irrepreensível. Foi rejeitado pelas igrejas da Ásia e seus próprios filhos espirituais o evitavam. Por quê? Paulo estava agora na prisão, sofrendo, e em profunda aflição; acorrentado; “prisioneiro do Senhor.” Mas um novo mestre tornara-se popular – um mestre que trazia uma mensagem de prosperidade que causava comichão nos ouvidos. “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras” (2 Tm 4.14).
O nome “Alexandre” significa “aquele que agrada o homem”. Alexandre e Himeneu ensinavam um evangelho falso que satisfazia a carne. O nome de Himeneu provinha de “o deus dos casamentos”. Apresentavam um evangelho de amor, de celebração, de satisfação ao homem, mas sem santidade. Paulo entregou estes homens a Satanás para a destruição da carne “a fim de não mais blasfemarem” (1 Tm 1.20). Entregou-os a Satanás não para a destruição de seus corpos – mas da doutrina segundo a carne. Era uma experiência de aprendizagem a fim de aprenderem a “não blasfemar”. Como poderiam aprender se estivessem mortos? Suas doutrinas negavam todo sofrimento – todas as adversidades.
Paulo disse que eles arruinaram a fé verdadeira ao justificarem o pecado; não tinham uma consciência pura. Arruinaram a fé através de ensinos agradáveis ao homem. Rejeitaram Paulo devido àquilo que entenderam como sendo a perda de liberdade do apóstolo. Entendiam a situação como falta de fé. Para eles, era o diabo que mantinha Paulo prisioneiro. Se Paulo é assim tão santo – se ele prega que Deus é Todo-Poderoso – por que está sofrendo? Eles se “envergonhavam de suas algemas”. E há cristãos hoje que rejeitam você; têm vergonha de você – porque você se encontra em algum tipo de provação, ou tribulação, ou enfermidade.

*Continua...

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