terça-feira, 19 de abril de 2011

Um esboço sobre a Regeneração.



“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, Que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.” Tito 3.5-7

“E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.” Jo 3.1-8

Nestes textos, Jesus trata de uma das doutrinas fundamentais da fé cristã: a regeneração ou o nascimento espiritual. Sem o novo nascimento, ninguém poderá ver o Reino de Deus (sem santidade ninguém verá a Deus), isto é, receber a vida eterna e a salvação mediante Jesus Cristo.
A regeneração é a nova criação e transformação da pessoa efetuadas por Deus e o Espírito Santo.

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rm 12.2

“E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4.23,24.

“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3.6.

Por esta operação, a vida eterna da parte do próprio Deus é outorgada ao crente (ver 2 Pe 1.14; 1 Jo 5.11), e este se torna um filho de Deus (ver Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (ver 2 Co 5.17; Cl 3.10). Já não se conforma com este mundo, mas é criado segundo Deus “em verdadeira justiça e santidade” (ver Ef 4.24). A regeneração é necessária porque, à parte de Cristo, todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a Deus e agradar-lhe.

“Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.” Sl 51.5.

“Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rm 8.7,8.

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Rm 5.12.

“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” 1 Co2.14.

A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para Deus e coloca a sua fé pessoal em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. A regeneração envolve mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a Jesus. Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado, e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a Deus e de seguir a direção do Espírito. Vive uma vida de retidão, ama aos demais cristãos, evita uma vida de pecado e não ama o mundo.

Quem é nascido de Deus não pode fazer do pecado uma prática habitual na sua vida. Não é possível permanecer nascido de novo sem o desejo sincero e o esforço vitorioso de agradar a Deus e de evitar o mal, mediante uma comunhão profunda com Cristo e na dependência do Espírito Santo (ver 1 Jo 2; 3 e 5). Aqueles que continuam vivendo na imoralidade e nos caminhos pecaminosos do mundo, demonstram que ainda não nasceram de novo.

“Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu. Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim como ele é justo.” 1 Jo 3.6,7.

Assim como uma pessoa nasce do Espírito ao receber a vida de Deus, também pode extinguir essa vida ao enveredar pelo mal e viver em iniqüidade. As Escrituras afirmam: “se viverdes segundo a carne, morrereis” (Rm 8.13). O novo nascimento não pode ser equiparado ao nascimento físico, pois o relacionamento entre Deus e o salvo é questão de espírito e não da carne. Logo, embora a ligação física entre um pai e um filho nunca possa ser desfeita, o relacionamento de um pai para o filho, que Deus quer manter conosco, é voluntário e dissolúvel durante nosso período probatório na terra. Nosso relacionamento com Deus é condicionado pela nossa fé em Cristo durante nossa vida terrena, fé esta demonstrada numa vida de obediência e amor sinceros.

Paulo salientou a necessidade da guerra contínua contra tudo que tentar limitar a obra de Deus em nossa vida, porque o pecado sempre se esforça para reconquistar o seu controle sobre nós. Esse conflito espiritual, embora seja dirigido contra Satanás e todas as hostes espirituais, é antes de tudo, contra as paixões e desejos da “carne”, isto é, da natureza humana pecaminosa. Como cristãos, devemos sempre decidir o seguinte: não ceder aos desejos pecaminosos, e sim aos ditames da natureza divina, da qual somos participantes.

O fato de o cristão não pôr fim às ações pecaminosas do corpo resulta em morte espiritual e perda da herança no reino de Deus. A palavra “morrereis” significa que um cristão pode passar da vida espiritual para a morte espiritual. Assim, a vida de Deus que recebemos ao nascer de novo pode ser apagada na alma do cristão que se recusa a mortificar, pelo poder do Espírito, os atos pecaminosos do corpo.

“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” Rm 8.14.

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