NOVA ALIANÇA
A MALDIÇÃO DA LEI OU A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ.
“Quem deu crédito a...”, “... Loucura da pregação” - Is 53.1a ;I Co 1.21b *Deixaremos aqui alguns textos, que servirão de base, caso haja alguma dúvida por parte do leitor. Gálatas 2; 3.10.11; 5; Romanos 1.22.32; 11.22.
Podemos cobrar de alguém algum item da lei, sem que nos tornemos culpados de todos? Pois as Escrituras dizem:
“Maldito todo aquele que não permanecerem em todas as coisas que estão escritas no livro da Lei para fazê-las.” Gl 3.b
Apesar da clareza das Escrituras a este respeito, a maioria das Igrejas parece ignorá-la. Existe hoje no seio da atual igreja um item da lei em particular, aqui tratado, que parece não ter sido inserido a cruz de Cristo. Colossenses 2:14:
“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”.
Este item em particular hoje, é o dízimo, apesar de já ter passado quase dois mil anos da cruz do calvário, este item da lei permanece como antes, sem ter sido cravado na cruz. Este item, como toda a lei deve ou deveria ter se cumprido em Jesus Cristo. Pois estando em Jesus Cristo cumprimos toda a Lei e os profetas. A cruz de Cristo é o filtro onde a velha aliança passou, se tornando nova aliança. Hoje na Igreja quem não contribui, deixa de entregar a Deus, pois a Igreja é dEle. Por que então afrontamos as pessoas segundo a lei dos dízimos? Teríamos medo de faltar provisão à Igreja de Deus? Como vimos a Igreja é dEle, e é Ele que com muito zelo cuida dela e supre suas necessidades. Isto é, quando realmente a Igreja é de Deus e, não uma sociedade religiosa administrada por homens que não confiam tanto assim na provisão de Deus. E talvez por isso resolvem dar uma mãozinha, trazendo de volta itens da Lei para ver se assim conseguem manter uma disciplina oriunda de um testamento que foi provisório e, se esquecem que todos aqueles que se baseiam nesta Lei devem cumpri-la por completo (se é que podem), pois do contrário serão culpados de toda a Lei, conforme, Gálatas 3:10:
“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”.
E ainda ignoram o fato de que na Nova Aliança a Escritura diz claramente que:
“Deus ama ao que da com alegria.” II Co 9.7
Ora, se Deus ama ao que dá com alegria, fica evidenciado que, se o der não for com alegria, este não é amado de Deus, e se não é amado de Deus que lucro traria isto a Igreja? Por certo nenhum, pois como vimos a Igreja é de Deus, e é Ele quem cuida dela. Ou tão rapidamente nos esquecemos que o preço que Deus o Pai pagou em resgate de sua Igreja não foi ouro nem prata, mas sim o de entregar o seu unigênito filho JESUS para que depois de ter sido escarnecido O conduzirem a morte, e morte de cruz, fazendo-se com isso maldição por nós, pois está escrito:
“Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.” Gl. 3.13
Deus o Pai deixou claro que o preço que Ele requer de cada um de nós, é que nos rendamos a JESUS CRISTO, é a entrega de nossas vidas em beneficio de nossos irmãos, pois escrito está:
“Ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar as nossas vidas em benefícios de nossos irmãos.” I João 3.16
E mais a Palavra de Deus nos ensina que TODA a lei e os profetas se cumprem nesta palavra.
“...e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Rm. 13.9b
Quem verdadeiramente entende assimila e coloca em pratica estes ensinos, entrega a Deus não o dízimo, mas com graça e alegria abundam em suas ofertas, e ofertas de amor para a Igreja de Deus e não custa nada relembrarmos que nós somos a Igreja de Deus, e estes recursos devem ou deveriam ser investidos primeiramente para suprir as necessidades dos domésticos na fé, e na aplicação em buscar as ovelhas perdidas ou desgarradas da casa do Israel de Deus em toda a terra, começando por nossa cidade. (Atos 1:8) Ezequiel 34:
“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” At 1.8
“Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e livrá-las-ei de todos os lugares por onde andam espalhadas, no dia nublado e de escuridão. E tira-las-ei dos povos, e as congregarei dos países, e as trarei à sua própria terra, e as apascentarei nos montes de Israel, junto aos rios, e em todas as habitações da terra. Em bons pastos as apascentarei, e nos altos montes de Israel será o seu aprisco; ali se deitarão num bom redil, e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel. Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor DEUS.” Ez 34.11-15
Como, pois podemos tão rapidamente nos esquecer destes fatos, e, deliberadamente trazermos de volta aquilo que Cristo aboliu através da nova aliança, que é a do seu sangue derramado na cruz do calvário, (Hebreus 7.18.19)?
“Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus”.
E, se assim continuarmos a proceder, não estaremos com isso sendo culpados de toda a Lei? Agora, o fato de não estarmos mais debaixo da Lei dos mandamentos da qual o dízimo é um dos, não nos outorga o direito de desprezarmos toda a Lei, antes pelo contrário, pois estando nós debaixo da nova aliança que é JESUS CRISTO, digo, em JESUS CRISTO cumprimos toda a Lei e os Profetas, isto é, aqueles que realmente estão em Cristo. Ora, se a doutrina dos dízimos não deve ser ensinada em nossas Igrejas hoje, como, pois ficaria a vida financeira dessas? O que nos diz a Nova Aliança em JESUS CRISTO a este respeito? Veja alguns exemplos:
Primeiramente veremos no livro de Mc 12.41-44, que tem como subtítulo: A oferta da viúva pobre.
“E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito. Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo e, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento. ”
O texto começa dizendo que:
“E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro.”
"Viu JESUS que muitos ricos depositavam muito, viu também JESUS que uma pobre viúva depositara duas pequenas moedas. Pelo que chamando os seus discípulos disse-lhes: Mc. 12.43-44.
“E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.”
O que se entende com clareza nesta passagem é que:
1º lugar – O lugar onde Jesus presenciou este fato era um templo judaico, freqüentado na sua maioria por judeus “seguidores da Lei” e conseqüentemente muitos desses estavam depositando no gazofilácio aquilo que mandava a Lei, ou seja, o dizimo, pelo que vendo JESUS aquele fato fez uma observação dizendo: “Estes depositam apenas aquilo que lhes sobeja.”
Como que tentando com isso cumprir a lei, não ha. fé nem amor naquilo que fazem apenas legalismo, o que claramente foi rejeitado por JESUS (lembrando que Deus não muda), DEUS o PAI, quando entregou JESUS em resgate da humanidade, não entregou o que lhe sobejava, mas entregou Aquele que lhe era, e é mais precioso, Seu Filho Único JESUS CRISTO. Jo. 3:16:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
E ao contrário daqueles, a viúva pobre entregou duas pequenas moedas que representava todo o seu sustento, fato também observado por Jesus, que tudo vê. Podemos observar aqui as duas Alianças, a antiga que é segundo a Lei dos mandamentos, e a nova que é segundo a graça a fé e as obras, a triunidade da salvação por meio de JESUS CRISTO. Efésios 2:8.10:
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”.
Os ricos, segundo a Lei contribuíam, e a viúva segundo a graça se entregava. E nós como contribuímos, segundo a lei dos dízimos ou segundo a liberalidade, gratidão e alegria de nossos corações mediante a graça de Jesus Cristo? Porque segundo a lei dos dízimos, devemos entregar à décima parte, mas segundo a graça devemos contribuir de acordo com a liberalidade e gratidão constante de nossos corações para com Deus, pois ele não ama aquele que da a décima parte, mas aquele que dá com alegria. Penso que tentando cumprir a lei dos dízimos, descumprimos a Lei de Cristo. Se pelo mandamento do dízimo damos a décima parte, imagino que contribuiríamos muito mais pela liberalidade e alegria de nossos corações para com JESUS CRISTO nosso Senhor. E este último deveria ser o meio pelo qual a Igreja de Jesus Cristo deveria andar. Não segundo a Lei dos mandamentos, mas segundo a lei do amor. E um dos exemplos claros e evidentes destes fatos está narrado nas Escrituras no Livro de Atos 2:42.47:
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações e em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias, acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”.
Já conscientes que estavam debaixo de uma Nova Aliança, e ainda que um pouco imaturos e marcados pela Lei dos mandamentos, estes, cheios da presença do Espírito Santo que os convenciam deste fato, contribuíam com a liberalidade de seus corações, cheios de alegria, agradando a Deus e caindo na graça de todo o povo. Observem que aqueles não entregavam apenas o dízimo, mas repartiam os seus bens entre a Igreja (eles), exatamente como fez a viúva pobre aprovada por Jesus, como estes também pelo Espírito Santo. Talvez este seja um grande problema nos dias de hoje. QUEM, pois ousaria fazer valer esta palavra hoje? Já sabendo da dureza e falta de liberalidade de nossos corações, podemos imaginar que esta palavra não seria muito bem vinda no seio da atual Igreja, lamentavelmente. E, mais este resíduo da lei não pode se tornar nódoas em nossos corações, não podemos e nem devemos fazer a aplicação literal de Malaquias 3, entre outros, para a Igreja de hoje, e é simples entender o porque. A palavra diz em Malaquias 3.8 que, se não entregarmos a DEUS os dízimos e as ofertas roubamos a Deus. Observe que, ao não entregarmos a Deus os dízimos e as ofertas segundo a lei quebramos este mandamento e conseqüentemente outros que de uma certa forma compõe este. E como já vimos anteriormente, ao não cumprir um item da Lei, seja qual for, somos culpados de todos, isto é, se quisermos cumprir a Lei dos mandamentos ou algum item deles. E ao trazermos este item da Lei e inseri-lo como mandamento na Igreja hoje, não teríamos de estar cumprindo toda a Lei? Não sabemos que a Lei foi transitória? Não sabemos que 430 anos antes da Lei, Abraão foi justificado pela fé quando ainda estava sem Lei? Gálatas 3:16.22 ; Rom. 4:13:
“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo. Mas digo isto: Que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida, de forma a abolir a promessa. Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus pela promessa a deu gratuitamente a Abraão. Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro. Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um. Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte, porque, se fosse dada uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei. Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes.”
Não sabemos que a lei foi inserida para por limites ao pecado? E ainda mais grave é que este item é acompanhado de promessas, ou seja, se formos fieis a Deus ele nos abre as janelas do céu, cheias de benção, do contrário esta janela permanecerá fechada. Só que a promessa feita 430 anos antes desta a Abraão foi e continua sendo infinitamente maior do que esta e qualquer outra promessa, porque nela estava incluída a vinda do Messias e o seu reinado, a qual promessa o próprio Abraão desejou ver, e viu-o de longe.
“Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.”
E mais, a entrega dos dízimos feita por Abraão a Melquizedeque, Sacerdote do Deus Altíssimo, não foi feita segundo a lei dos mandamentos, a este que foi feito à semelhança de Cristo. Também, o sacerdócio de Cristo não foi constituído segundo a lei dos mandamentos, pois Cristo não era segundo a carne da descendência de Levi, dos quais procediam os sacerdotes que serviam no altar. Mas Cristo procedeu segundo a carne da tribo de Judá, e concernente a esta tribo nunca Moisés falou em sacerdócio. Porque se a entrega do dizimo de Abraão a Melquizedeque fosse feito segundo a lei dos mandamentos, e se isso fosse perfeito, que necessidade havia de que outro Sacerdote se levantasse segundo a ordem de Melquizedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Ora, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz mudança da lei, visto que este Melquizedeque ao receber o dizimo de Abraão, deixou claro que a semelhança de Abraão quando lhe entregou o dizimo (não segundo a lei), a Igreja também deve fazer o mesmo, não segundo a lei dos mandamentos, mas segundo a lei de Cristo Jesus, Sumo Sacerdote eternamente amém. Algumas citações acima do escritor aos hebreus, Charles Finney em seu livro teologia sistemática aula IX, os atributos do amor diz:
Atributos daquele amor que se constitui obediência à lei de Deus e enumera 21 destes atributos:
1-voluntariedade
2-liberdade
3-inteligência
4-virtude
5-Interesse
6-imparcialidade
7-universalidade
8-eficiência
9-satisfação
10-oposição ao pecado
11-compaixão pelos miseráveis
12-misericórdia
13-justiça
14-veracidade
15-paciência
16-mansidão
17-humildade
18-abnegação
19-Condescendência. Constitui numa tendência de descer ao pobre, ignorante ou vil, com o propósito de lhes garantir o bem, é uma tendência de buscar o bem daqueles a quem a providência colocou abaixo de nós em algum aspecto, rebaixando-nos, descendo a eles com esse propósito. E uma forma peculiar de abnegação...
20-estabilidade
21-santidade
Atributos estes que estão diretamente ligados ou relacionados com a nova aliança em Cristo Jesus. Atributos estes que fazem parte de uma vida transformada, e que automaticamente rejeita o pecado não porque a lei ordena rejeitar, mas sim pela presença do Espírito Santo, o Penhor da nova aliança em Cristo Jesus em nossas vidas. É uma rejeição que refrigera a alma, e não um penoso mandamento. Falando a verdade, este como tantos outros mandamentos, foram instituídos devido à dureza do coração humano. Gl. 3:19. Isto porque, certamente sem estas ordenanças, aqueles, como nós, não daríamos o dízimo (10%), e fica fácil comprovarmos isto. Se observarmos quantos entrega (20%), dificilmente acharemos um, por quê? Ora é simples, porque não é mandamento (lei). Gl. 4:9:
“Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?”
Já que ofertamos somente porque é mandamento, estamos debaixo da servidão da lei, e não tomamos ainda da plenitude da graça em Cristo Jesus, e é ainda mais perigoso por conter promessas. Gl. 3.16:
“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo.”
Na maioria desses dízimos e ofertas não há alegria liberal em nossos corações, é parecido com aqueles ricos que depositavam aquilo que a lei mandava, e não os faria muita falta. Ainda não aprendemos com a viúva pobre, ainda não nos demos conta que na nova aliança não vivemos mais nós, mas CRISTO vive em nós. Na nova aliança, fala em dar com o coração e com alegria. Sou contra a lei dos dízimos? De modo algum, como posso ser contra aquilo que já foi abolido e não mais existe? Eu sou a favor da lei de Cristo, a qual cumpre abundantemente todos os mandamentos, e não somente a décima parte.
O DÍZIMO E A EXCLUSÃO SOCIAL
Devemos tomar o devido cuidado para que não nos tornemos uma sociedade religiosa farisaica, trazendo em nós mesmos um titulo de tementes a Deus, porém como aqueles, negando este titulo com nossas ações, ou seja, sou “temente” a Deus por que é Deus, mas nego este título não amando o meu próximo. A exclusão social é um dos grandes problemas dos dízimos, segundo a lei dos mandamentos, e não segundo a lei da graça em amor. Uns dos exemplos mais gritantes deste fato já vêm narrados nas Escrituras, na passagem da viúva pobre. Apesar de ter sido uma exclusão social tão gritante e vergonhosa “passou” e continua passando “despercebido”. Hoje, se fizermos uma rápida comparação em três níveis, veremos uma diferença e duas igualdades. Primeiramente veremos as igualdades, que são as seguintes: a chamada “Igreja de hoje” se iguala neste fato aqui tratado em muito com aquela sociedade farisaica dos dias de Jesus homem aqui na terra, e também da viúva pobre. Aqueles fariseus depositavam altos dízimos na arca do tesouro, sem se importarem com aquela pobre viúva ali tão perto deles. Já o terceiro nível foi e é o que agrada a Deus. Foi à comunidade de bens da igreja primitiva, onde todos tinham tudo em comum. Mas não é na maioria dos casos o estilo de conduta da igreja de hoje. Certamente Deus não mudou de opinião, pois Ele não muda, a igreja foi que ao longo dos séculos perdeu a direção.
Hoje fica fácil principalmente aos pastores elogiar a fidelidade das viúvas pobres e afrontar a infidelidade dos chamados infiéis, no entanto as maiorias destes, não aplicam em suas próprias vidas, o maior exemplo de fidelidade na área da mordomia cristã que a Igreja já viveu e viu que foi a comunidade de bens da igreja primitiva, onde todos tinham tudo em comum.
O que a maioria dos pastores tem em comum nesta área aqui tratada com as viúvas pobres? Talvez só o dízimo, porque o estilo de vida tais como: alimentação, vestuário, meio de transporte, assistência médica entre outros, sejam bem diferentes. Aí fica fácil elogiar a fidelidade das viúvas pobres e cobrar dos infiéis, difícil é ser o exemplo de um pastor como os da igreja primitiva, e também como o maior de todos, Jesus, do qual podemos observar algumas características em Isaias 53.2-3:
“Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.”
Buscam o dizimo do Antigo Testamento e ignora a aprovada comunidade de bens do Novo Testamento, aprovada por Deus – Atos 2.40-46:
“E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, e perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o e pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.”
Elogiam sempre o dizimo da viúva pobre, recriminam os infiéis só que estes se esquecem de um pequeno e grandioso detalhe. A viúva pobre não foi o exemplo de uma grande dizimista, pois ela estava muito além da lei dos mandamentos, sim ela foi uma das primícias da virtuosa comunidade de bens, onde todos tinham tudo em comum, ela não entregou o dizimo, mas sim todo o seu sustento. Pregar o dízimo quando não nos falta nada parece muito abençoador, talvez difícil seja encarar as necessidades primeiras dos domésticos na fé, e passar a dividir com eles dos mesmos benefícios que temos na alimentação, vestuário, meio de transportes, assistência médica entre outros – Tiago 2:14.16; I João 3:17:
“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?. E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?”
Qual destes dois pontos nos parecem agradar a Deus. A lei dos dízimos que consiste em ordenanças, ou a comunidade de bens onde todos tinham tudo em comum? Elogiar a grandeza do ato da viúva pobre parece fácil, difícil é nos tornar participantes das vidas das viúvas, órfãos e necessitados e talvez seja ainda mais difícil admitir que estes se tornem participantes de nossas vidas. Certamente a maioria de nós não está disposta a pagar este preço. Mas “não se preocupem” com este fato, pois com certeza Deus na sua infinita misericórdia e amor cuidará destes, independentemente de nós.
“Porque se formos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar a si mesmo” II Tm 2.13
Veja o caso de Lázaro (Lucas 16:19.31). Lázaro, passando necessidade à porta de um “crente” talvez um sacerdote, não sei qual a função que este exercia, mas era a de um líder “espiritual”, a saber, pelas suas vestimentas, linho finíssimo, que era especialmente apropriado para os vestidos daqueles que tinham como cargo serviços religiosos. Veja Ezequiel 44: 17.19.Tanto é, que este chama Abraão de Pai, um costume judaico. Líder ou não, era este um religioso, “crente”, entretanto, como vimos, ainda que sejamos infiéis a Deus e a sua palavra, Ele permanece fiel. Deus é perfeito. Veja: Jesus chama aquele mendigo pelo nome, (Lázaro), por que Lázaro? Jesus não menciona o nome do homem rico, mas chama o mendigo de Lázaro para nos mostrar que, ainda que os pastores não cuidem de suas ovelhas e nem se preocupem com elas conforme escrito no livro do profeta Ezequiel 34. Ele mesmo as resgatará, pois nenhuma das ovelhas que o Pai lhe deu se perderá. Veja e entenda o nome Lázaro, é a forma grega do nome Eleazar, que significa, Deus nos auxiliou. ALELUIA! Mas com toda certeza vos declaro uma coisa: tudo isto será requerido de nossas mãos, pois no juízo, Deus não vai requerer de nós qual a função que ocupamos na Igreja, corpo de Cristo, mas aquilo que realizamos no exercício desta função, leia, Jó.31. Porque as viúvas, os órfãos e os necessitados tanto das coisas espirituais como das carnais estão por aí.
“O Senhor disse, viste bem; porque Eu velo sobre a minha Palavra para a cumprir” Jr 1.12
Lembremos e reflitamos sobre a eterna Palavra do Senhor; a qual muitíssimo exemplos temos, muitos homens e mulheres que desobedeceram, segundo nos mostra e adverte as Escrituras, os quais, digo, pela sua desobediência não alcançaram as promessas, antes pelo contrário amaram mais os prazeres deste mundo, entraram como diz as Escrituras:
“Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão e pereceram na contradição de Corá.” Jd.11
Pois, por isso no dia do Juízo do grande e terrível Deus, se dirá assim:
“...vinde benditos de meu Pai, possui por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e deste-me de comer; tive sede, e deste-me de beber; era estrangeiro, e hospedaste-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci,e visitastes-me; estive na prisão, e foste ver-me”, Mt.25:34.36.
Essas palavras ouvirão todos aqueles que creram e vivenciaram as Escrituras. Mas há um outro som horrível que se ouvirá no juízo:
“Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos, porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não me visitastes.” Mt.25:41.43.
Para finalizar fica um subtítulo, que não será desenvolvido, para que cada um de nós desenvolva e reflita individualmente. Onde são investidos hoje os recursos dos dízimos, e quem são os maiores beneficiados?
Considerações finais:
Aos pastores foram feitas primeiramente, e de forma direta estas considerações, devido à responsabilidade que estão tendo sobre o rebanho de Deus, e que lhes serão cobradas. Por isso estes devem ser em tudo os exemplos, veja I Cor.9:27 e depois Ez.34: Jr.23:1.4.
“Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” 1Co.9.27
Entretanto, o dever de buscar fazer a vontade de Deus é de todos nós. Pois, somos um só corpo, e como vimos cada um tem sua função. Agora, aqueles aos qual Deus outorgou bens neste mundo, se estes cerrarem os olhos para a grandiosa obra de Deus, como pois estará nele o amor de Cristo? Somos peregrinos e forasteiros neste mundo, buscamos uma pátria melhor, isto é, a Celestial, como poderemos amar este mundo e suas riquezas? Veja: I Pedro 2:11; Hb.11:13.16; I Jô.2:15.17.
Pense: se todos os que fielmente entregam regularmente hoje os seus dízimos, se estes passarem a ter, digo, conhecimento das virtudes da nova aliança, podemos imaginar que somente a fidelidade destes traria um crescimento significativo ao volume de ofertas hoje arrecadadas, isto entre a totalidade dos dízimos e ofertas. Se tão somente estes passarem a ter pleno conhecimento do reino de Deus e a da sua vontade, o volume de ofertas, somente destes, trariam sem dúvida nenhuma um crescimento no mínimo três vezes maior do que se arrecada hoje. Isto, se os que hoje são considerados fieis em seus dízimos e ofertas, entendessem as riquezas da nova aliança, e a partir deste entendimento poderiam mostrar realmente a sua fidelidade. E não tenho dúvidas em afirmar que haveria um crescimento grandioso, podendo, assim, a Igreja ampliar em muito a sua visão em todos os sentidos Bíblicos. Isto é, se todos os que hoje mostram a sua fidelidade nos dízimos, confirmarem realmente esta fidelidade na nova aliança. Pois em Cristo, não entregamos apenas a décima parte, mas nossas vidas, sem nenhuma reserva. E talvez aí, a fidelidade seja mais difícil de ser confirmada, e só então confirmaremos quem são os verdadeiros fieis. Podemos correr o risco de descobrir que a fidelidade de muitos hoje só é “fidelidade”, porque se exige muito pouco, só a décima parte. Quanto aos infiéis, quem sabe, se nós comprovaremos realmente a nossa fidelidade, possamos alcançá-los, não na afronta, mas no amor de Cristo e em verdade, a estes. Jô.8:32
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Por fim faço minha as palavras que o Espírito Santo permitiu ao apóstolo Paulo que dizer aos Gálatas 4:16.
“Fiz-me, a caso, vosso inimigo, dizendo a verdade? Sinceramente espero que não. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos com o vosso espírito, amém.”
Por: Ralph Castello.