terça-feira, 15 de junho de 2010

O Dízimo e a Exclusão Social.


Devemos tomar o devido cuidado para que não nos tornemos uma sociedade religiosa farisaica, trazendo em nós mesmos um titulo de tementes a Deus, porém como aqueles, negando este titulo com nossas ações, ou seja, sou “temente” a Deus por que é Deus, mas nego este título não amando o meu próximo.
A exclusão social é um dos grandes problemas dos dízimos, segundo a lei dos mandamentos, e não segundo a lei da graça em amor.
Uns dos exemplos mais gritantes deste fato já vêm narrados nas Escrituras, na passagem da viúva pobre. Apesar de ter sido uma exclusão social tão gritante e vergonhosa “passou” e continua passando “despercebido”.
Hoje, se fizermos uma rápida comparação em três níveis, veremos uma diferença e duas igualdades. Primeiramente veremos as igualdades, que são as seguintes: a chamada “Igreja de hoje” se iguala neste fato aqui tratado em muito com aquela sociedade farisaica dos dias de Jesus homem aqui na terra, e também da viúva pobre. Aqueles fariseus depositavam altos dízimos na arca do tesouro, sem se importarem com aquela pobre viúva ali tão perto deles.
Já o terceiro nível foi e é o que agrada a Deus.
Foi à comunidade de bens da igreja primitiva, onde todos tinham tudo em comum. Mas não é na maioria dos casos o estilo de conduta da igreja de hoje. Certamente Deus não mudou de opinião, pois Ele não muda, a igreja foi que ao longo dos séculos perdeu a direção.
Hoje fica fácil principalmente aos pastores elogiar a fidelidade das viúvas pobres e afrontar a infidelidade dos chamados infiéis, no entanto as maiorias destes, não aplicam em suas próprias vidas, o maior exemplo de fidelidade na área da mordomia cristã que a Igreja já viveu e viu, que foi a comunidade de bens da igreja primitiva, onde todos tinham tudo em comum.
O que a maioria dos pastores tem em comum nesta área aqui tratada com as viúvas pobres? Talvez só o dízimo, porque o estilo de vida tais como: alimentação, vestuário, meio de transporte, assistência médica entre outros, sejam bem diferentes. Aí fica fácil elogiar a fidelidade das viúvas pobres e cobrar dos infiéis, difícil é ser o exemplo de um pastor como os da igreja primitiva, e também como o maior de todos, Jesus, do qual podemos observar algumas características em Isaias 53.2-3:
“Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.”
Buscam o dizimo do Antigo Testamento e ignoram a aprovada comunidade de bens do Novo Testamento, aprovada por Deus – Atos 2.40-46:
“E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, e perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o e pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.”

Elogiam sempre o dizimo da viúva pobre, recriminam os infiéis só que estes se esquecem de um pequeno e grandioso detalhe. A viúva pobre não foi o exemplo de uma grande dizimista, pois ela estava muito além da lei dos mandamentos, sim ela foi uma das primícias da virtuosa comunidade de bens, onde todos tinham tudo em comum, ela não entregou o dizimo, mas sim todo o seu sustento.
Pregar o dízimo quando não nos falta nada parece muito abençoador, talvez difícil seja encarar as necessidades primeiras dos domésticos na fé, e passar a dividir com eles dos mesmos benefícios que temos na alimentação, vestuário, meio de transportes, assistência médica entre outros – Tiago 2:14.16; I João 3:17.
“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?. E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?” Qual destes dois pontos nos parece agradar a Deus. A lei dos dízimos que consiste em ordenanças, ou a comunidade bens onde todos tinham tudo em comum? Elogiar a grandeza do ato da viúva pobre parece fácil, difícil é nos tornar participantes das vidas das viúvas, órfãos e necessitados e talvez seja ainda mais difícil admitir que estes se tornem participantes de nossas vidas.
Certamente a maioria de nós não está disposta a pagar este preço. Mas “não se preocupem” com este fato, pois com certeza Deus na sua infinita misericórdia e amor cuidará destes, independentemente de nós.
“Porque se formos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar a si mesmo” II Tim.2:13
Veja o caso de Lázaro (Lucas 16:19.31). Lázaro, passando necessidade à porta de um “crente” talvez um sacerdote, não sei qual a função que este exercia, mas era a de um líder “espiritual”, a saber pelas suas vestimentas, linho finíssimo, que era especialmente apropriado para os vestidos daqueles que tinham como cargo, serviços religiosos. Veja Ezequiel 44: 17.19.Tanto é, que este chama Abraão de Pai, um costume judaico. Líder ou não, era este um religioso, “crente”, entretanto, como vimos, ainda que sejamos infiéis a Deus e a sua palavra, Ele permanece fiel. Deus é perfeito. Veja: Jesus chama aquele mendigo pelo nome, (Lázaro), por que Lázaro? Jesus não menciona o nome do homem rico, mas chama o mendigo de Lázaro para nos mostrar que, ainda que os pastores não cuidem de suas ovelhas e nem se preocupem com elas conforme escrito no livro do profeta Ezequiel 34. ele mesmo as resgatará, pois nenhuma das ovelhas que o Pai lhe deu se perderá. Veja e entenda o porquê do nome Lázaro, é a forma grega do nome Eleazar, que significa, Deus nos auxiliou. ALELUIA!
Mas com toda certeza vos declaro uma coisa: tudo isto será requerido de nossas mãos, pois no juízo, Deus não vai requerer de nós qual a função que ocupamos na Igreja, corpo de Cristo, mas aquilo que realizamos no exercício desta função, veja, Jó.31:
“FIZ aliança com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem? Que porção teria eu do Deus lá de cima, ou que herança do Todo-Poderoso desde as alturas? Porventura não é a perdição para o perverso, o desastre para os que praticam iniqüidade? Ou não vê ele os meus caminhos, e não conta todos os meus passos? Se andei com falsidade, e se o meu pé se apressou para o engano (Pese-me em balanças fiéis, e saberá Deus a minha sinceridade), Se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou qualquer coisa, Então semeie eu e outro coma, e seja a minha descendência arrancada até à raiz. Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, ou se eu armei traições à porta do meu próximo, Então moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela, Porque é uma infâmia, e é delito pertencente aos juízes. Porque é fogo que consome até à perdição, e desarraigaria toda a minha renda. Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles contendiam comigo; Então que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo a causa, que lhe responderia? Aquele que me formou no ventre não o fez também a ele? Ou não nos formou do mesmo modo na madre? Se retive o que os pobres desejavam, ou fiz desfalecer os olhos da viúva, Ou se, sozinho comi o meu bocado, e o órfão não comeu dele (Porque desde a minha mocidade cresceu comigo como com seu pai, e fui o guia da viúva desde o ventre de minha mãe). Se alguém vi perecer por falta de roupa, e ao necessitado por não ter coberta, Se os seus lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com as peles dos meus cordeiros, Se eu levantei a minha mão contra o órfão, porquanto na porta via a minha ajuda, Então caia do ombro a minha espada, e separe-se o meu braço do osso. Porque o castigo de Deus era para mim um assombro, e eu não podia suportar a sua grandeza. Se no ouro pus a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança; Se me alegrei de que era muita a minha riqueza, e de que a minha mão tinha alcançado muito; Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa, E o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, Também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em cima. Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio, e se exultei quando o mal o atingiu (Também não deixei pecar a minha boca, desejando a sua morte com maldição); Se a gente da minha tenda não disse: Ah! quem nos dará da sua carne? Nunca nos fartaríamos dela. O estrangeiro não passava a noite na rua; as minhas portas abria ao viandante. Se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio; Porque eu temia a grande multidão, e o desprezo das famílias me apavorava, e eu me calei, e não saí da porta; Ah! quem me dera um que me ouvisse! Eis que o meu desejo é que o Todo-Poderoso me responda, e que o meu adversário escreva um livro. Por certo que o levaria sobre o meu ombro, sobre mim o ataria por coroa. O número dos meus passos lhe mostraria; como príncipe me chegaria a ele. Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus sulcos juntamente chorarem, Se comi os seus frutos sem dinheiro, e sufoquei a alma dos seus donos, Por trigo me produzam cardos, e por cevada joio. Acabaram-se as palavras de Jó.”Porque as viúvas, os órfãos e os necessitados tanto das coisas espirituais como das carnais estão por aí. Sabedores somos que:
“O Senhor disse, viste bem; porque Eu velo sobre a minha Palavra para a cumprir” Jr. 1:12
Lembremos e reflitamos sobre a eterna Palavra do Senhor; a qual muitíssimo exemplos temos, muitos homens e mulheres que desobedeceram, segundo nos mostra e adverte as Escrituras, os quais, digo, pela sua desobediência não alcançaram as promessas, antes pelo contrário amaram mais os prazeres deste mundo, entraram como diz as Escrituras:
“Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão e pereceram na contradição de Corá.” Jd.11
Pois, por isso no dia do Juízo do grande e terrível Deus, se dirá assim:
“... vinde benditos de meu Pai, possui por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e deste-me de comer; tive sede, e deste-me de beber; era estrangeiro, e hospedaste-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci,e visitastes-me; estive na prisão, e foste ver-me”, Mt.25:34.36.Essas palavras ouvirão todos aqueles que creram e vivenciaram as Escrituras. Mas há um outro som horrível que se ouvirá no juízo.
“Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos, porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não me visitastes.” Mt.25:41.43.Para finalizar fica um subtítulo, que não será desenvolvido, para que cada um de nós desenvolva e reflita individualmente. Onde são investidos hoje os recursos dos dízimos, e quem são os maiores beneficiados?
Considerações finais:
Aos pastores foram feitas primeiramente, e de forma direta estas considerações, devido à responsabilidade que estão tendo sobre o rebanho de Deus, e que lhes serão cobradas. Por isso estes devem ser em tudo os exemplos, veja I Cor.9:27 e depois Ez.34: Jr.23:1.4.
“Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” 1Co.9.27
Entretanto, o dever de buscar fazer a vontade de Deus é de todos nós. Pois, somos um só corpo, e como vimos cada um tem sua função. Agora, aqueles aos quais Deus outorgou bens neste mundo, se estes cerrarem os olhos para a grandiosa obra de Deus, como pois estará nele o amor de Cristo?
Somos peregrinos e forasteiros neste mundo, buscamos uma pátria melhor, isto é, a Celestial, como poderemos amar este mundo e suas riquezas? Veja: I Pedro 2:11; Hb.11:13.16; I Jô.2:15.17.
Pense pois agora: se todos os que fielmente entregam regularmente hoje os seus dízimos, se estes passarem a ter, digo, conhecimento das virtudes da nova aliança, podemos imaginar que somente a fidelidade destes traria um crescimento significativo ao volume de ofertas hoje arrecadadas, isto entre a totalidade dos dízimos e ofertas. Se tão somente estes passarem a ter pleno conhecimento do reino de Deus e a da sua vontade, o volume de ofertas, repito, somente destes, trariam sem dúvida nenhuma um crescimento no mínimo três vezes maior do que se arrecada hoje. Isto, se os que hoje são considerados fieis em seus dízimos e ofertas, entendessem as riquezas da nova aliança, e a partir deste entendimento, poderiam mostrar realmente a sua fidelidade.
E não tenho dúvidas em afirmar que haveria um crescimento grandioso, podendo, assim, a Igreja ampliar em muito a sua visão em todos os sentidos Bíblicos. Isto é, se todos os que hoje mostram a sua fidelidade nos dízimos, confirmarem realmente esta fidelidade na nova aliança. Pois em Cristo, não entregamos apenas a décima parte, mas nossas vidas, sem nenhuma reserva. E talvez aí, a fidelidade seja mais difícil de ser confirmada, e só então confirmaremos quem são os verdadeiros fieis. Podemos correr o risco de descobrir que a fidelidade de muitos hoje só é “fidelidade”, porque se exige muito pouco, só a décima parte. Quanto aos infiéis, quem sabe, se nós comprovaremos realmente a nossa fidelidade, possamos alcançá-los, não na afronta, mas no amor de Cristo e em verdade, a estes. Jô.8:32
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Por fim faço minha as palavras que o Espírito Santo permitiu ao apóstolo Paulo que dizer aos Gálatas 4:16.
“Fiz-me, a caso, vosso inimigo, dizendo a verdade? Sinceramente espero que não. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos com o vosso espírito, amém.”

Por: Ralph Luiz Castello.

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